No livro “Inglês na Ponta da Língua – Método Inovador Para Melhorar Seu Vocabulário” (pp. 49-60), um dos assuntos tratados é o aprendizado de “Palavras Vazias”. Você pode estranhar isso, mas continue lendo para entender que se trata de algo que tem tudo a ver com a aquisição natural de uma língua. De modo bem simplificado, palavras vazias são palavras que vistas isoladamente parecem não significar muita coisa. Uma maneira mais simples de entender o que são palavras vazias é falando sobre as palavras que possuem um significado direto. Ao ouvir/ler a palavra “cachorro“, você é capaz de mentalmente visualizar a imagem de um “cachorro“. Portanto, podemos dizer que a palavra “cachorro” não é uma palavra vazia. Somos capazes de imaginar a que ela se refere. Mas, veja o caso da palavra ”tomar“. O que significa “tomar“? Alguém poderá dizer que “tomar” significa “beber”, mas quando vemos essa palavra em uso, notamos que seu significado não é tão preciso assim: Em inglês, a ideia é a mesma. Palavras como “dog“, “house“, “table“, “drink“, “sit” e outras tantas são palavras que conseguimos visualizar uma imagem. Por outro lado, palavras como “of“, “from“, “to“, “for“, “just“, “only“, “all“, “as” e muitas outras são palavras que não conseguimos criar uma imagem. Essas palavras possuem vários usos e até mesmo significado. São, então, palavras vazias. Visto que essas palavras vazias são “chatinhas”, como podemos aprendê-las? O que fazer para adquiri-las naturalmente? Para responder a essas perguntas, faça a atividade abaixo. Basta escolher a palavra que, de acordo com seu cérebro, melhor completa a frase abaixo: Where are you ___? a. of b. from Você certamente respondeu que a melhor palavra é “from“. Agora, responda-me o seguinte: por que você escolheu a palavra “from“? O que veio à sua cabeça para escolher essa palavra? Você pensou em uma regra? Você seguiu alguma lógica? Tente responder essas perguntas para si mesmo. Eu acredito que você escolheu “from” pois naturalmente é a palavra que você acha ser a correta. Afinal, você aprendeu que para dizer “de onde você é?” em inglês o certo é “where are you from?“. Seu cérebro, desde que se deparou com essa frase pela primeira vez, a registrou da forma como ela é. Não foi necessário fazer a análise sintática da oração. Você – seu cérebro – simplesmente aprendeu o conjunto, o significado e o uso dessa expressão naturalmente. Vários linguistas (mais precisamente neurolinguistas) afirmam que as palavras vazias são adquiridas naturalmente pelos falantes de uma língua ao longo da vida. De tanto ouvi-las sendo usadas em expressões e frases cotidianas o cérebro acaba registrando o bloco de palavras (chunk) de modo natural. As pessoas as adquirem naturalmente sem pensar em regras ou fazer a análise sintática de seus usos. Para comprovar isso, complete as sentenças abaixo [use as palavras que seu cérebro manda de primeira]: As palavras geralmente usadas são: com, para, em, em, de/com, de. Note que o cérebro automaticamente se encarregou de usar a palavra que melhor completa cada frase. Não foram regras gramaticais que serviram de base para completá-las. Afinal, onde quero chegar com isso? Quando alguém, que estuda inglês, faz perguntas do tipo “quando usar to ou for?“, “quando usar from ou of?“, “qual o significado de get?“, “quando usar in, on, at?“, a resposta que mais deveria fazer sentido é essa sobre como o cérebro aprende/adquire essas palavras. Isto é, aprende/adquire-se naturalmente e não lendo listas e mais listas de explicações. Em português, somos capazes de usar palavras vazias – de, com, para, tomar, ficar, etc. – naturalmente. Nós as entendemos quando lemos ou ouvimos algo. Nós as falamos sem para pensar se deve ser “de”, “com” ou “em” naquele momento. Conseguimos usá-las com naturalidade; pois, ao longo da vida sempre ouvimos coisas como “tomar uma atitude“, “ficar cansado“, “sonhar com alguém“, “sonhar em fazer algo“, “tomar uma decisão“, “ir de ônibus” e coisas assim. Logo, ao aprender inglês, as pessoas deveriam ter em mente que palavras vazias como “get“, “all“, “as“, “have“, “like“, “from“, “of“, “to“, “for” e outras devem ser adquiridas naturalmente conforme se envolvem cada vez mais e mais com a língua inglesa. Ao invés de focar única e exclusivamente em quando usar “to” ou “for“, faz mais sentido para o cérebro aprender o bloco de palavras (chunk) no qual essas palavras vazias aparecem. Por exemplo, ao se deparar com a frase “It depends on the weather“, o estudante deve entender naturalmente (sem querer saber o porquê) que em inglês dizemos “depend on“, mas em português dizemos “depender de“. É diferente! Para deixar o cérebro mais ciente disso, o ideal é procurar por mais exemplos e anotá-los em um caderno: Portanto, o cérebro precisa assimilar naturalmente que em inglês é “depend on” e não “depend of“. De acordo com os linguistas e neurolinguistas, é muito mais fácil e prático entender que em inglês é “depend on” e pronto. Tentar entender o(s) porquê(s) pode acabar atrapalhando e causando desistências. Além de aprender que é daquele jeito, vale à pena também procurar por mais exemplos e adquirir o usos dessas dessas de modo natural. Outro exemplo está em “from now on“, cujo significado é “de agora em diante“. Já tive alunos que queriam saber se poderiam dizer “of now on” ou “from now in“. Quando eu dizia a eles que não podiam, pois em inglês o mais comum e natural é “from now on“, eu os ouvia dizendo “Mas, por quê? Como assim? Que frescura!“ O que temos de entender é a língua inglesa é assim. E a língua portuguesa é diferente. Ambas possuem palavras vazias. O cérebro as adquire naturalmente conforme o envolvimento com a língua vai aumentando. Em português, aprendemos quando criança. Foi uma aquisição natural. Em inglês, a aquisição pode ser natural também. Claro que o processo é um tanto quanto diferente, mas o modo central é praticamente o mesmo: ouvir/ler algo assimilar o significado e o uso, repetir, reencontrar e seguir a caminhada de modo mais suave. Assim, como você (seu cérebro) sabe que o correto […]
A dica O Cérebro e o Aprendizado de Palavras Vazias apareceu primeiro em Inglês na Ponta da Língua e é de autoria de Denilso de Lima.